O lago Lonugh Derg, na Irlanda,
estava calmo e emanava beleza e tranquilidade. Uma velha senhora observava a
tranquilidade do lago sentando em uma rocha esperando algo, um presente
conquistado a poucos dias em um jogo mórbido. Do lago vagarosamente surgia um
homem acorrentado em uma rocha, porém o homem mesmo desorientado conseguiu
botar com grande força a pedra em suas costas e levar até a superfície.
A pedra foi gentilmente colocado
em terra firme, na vegetação esbelta e que morrera ao toque dos pés do grande
homem. As correntes afrouxaram e o homem estava livre, se ajoelhando de olhar
baixo para a vegetação morta.
- O que aconteceu? - perguntou o
homem sutilmente e para si.
- Realmente deseja saber? -
retrucou a velha que estava ao lado da pedra.
A velha senhora era esbelta para
idade e levava algumas tatuagens cobertas por um manto vermelho e roxo, com
cabelos longos e grisalhos caindo em uma franja desgrenhada no rosto. O homem
não sabia o que responder, porém se ergueu imponente mostrando sua altura três
vezes maior que a velha senhora.
- Fui punido e estava morto.
Isso é o que sei antes de afundar em uma caminhada eterna na escuridão. Vejo
que cheguei no paraíso em um ar estranhamente familiar.
- Meu caro Cú Chulainn, você sim
estava morto, mas não está mais. Sua alma pertence a mim.
Cú Chulainn exasperou extrema
furria e tentou socar a velha. Rapidamente as correntes prenderam o homem
milímetros do soco atingir a inexpressiva velha.
- O que te faz ter controle da
minha alma, nem eu tenho e fui punido pelos meus crimes. Me liberte ou me mate.
A alma de um homem morto não pode ser violada.
- Pode ser. E por favor, seus
crimes são pequenos para que muitos fizeram depois de você, entretanto sua
força e coragem maiores.
Cú Chulainn se acalmou e as
correntes voltaram a se afrouxar.
- Então tenho uma segunda
chance. Estou vivo... mas esse não é o mesmo mundo que conheci. Minha alma,
como conseguiu ela? Onde estava todo este tempo? Diga-me velha patrona.
A velha ficou um pouco desconfortada
flutuando e sentando sobre a grande rocha cheia de correntes.
- Sua alma é muito valiosa no
mundo dos mortos, por isso vagou por tanto tempo na escuridão. Os demônios não
sabiam o que fazer com você. Isso foi bom para meus negócios. A cada 500 anos
os demônios resolvem jogar pôquer com almas importantes. A sua era muito
importante para mim, única na verdade. Ao fim ganhei deles é claro e tiveram
que ceder você. Geralmente demônios jogam para escravos em seus terrenos
mortos, mas eu estou viva e sou uma das poucas que tem contato e confiança
desses seres.
- Pouco entendo do que falou
velha. O que entendo é que estou em uma missão, certo? - a velha ficou quieta -
o que devo fazer?
- Matar um demônio - sorriu
encabulada a velha.
Cú Chulainn demonstrou
estranheza em um sorriso difícil depois de tantos anos amargurando a morte.
- Não olhe assim para mim, está
me assustando - Nem todos os demônios são ruins, porém todos querem ser únicos.
lideres. Eles não se importam muito com a morte de outros iguais, desde não
mexa com o demônio errado.
- E se demônio errado seria o
que devo matar.
- Sim - respondeu lenta e
sorridentemente a velha bruxa.